quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

"O Político"

Depois de cada aperto de mão um comentário de deboche Depois de cada grito de ordem uma gabação pessoal Depois de cada visita a um grupo, a computação de votos Atrás de cada sorriso, um objetivo E uma meta pessoal se esconde no nome do coletivo Quanto mais se conhece, mais se lamenta daquilo que acreditou Pois brigas de vaidade agora são prioridade política O orgulho é a luta e não a sua falsa máscara Vaidade? E criticar o aliado é o quê? Alianças são interesses e nada mais. Se os interesses fossem públicos, bom seria São coletivos, grupais, individuais Hoje já não existe o coletivo social. Assim como o hoje explica ontem dos outros O amanhã explicará o vosso hoje. Há de se amadurecer.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Repondendo comentário.

“Posso fazer uma consideração à respeito do seu blog? Que não quis fazer lá por não saber se passa por alguma moderação, ou não, e é por isso que farei por aqui, é um importante espaço de debate e reflexão, muito legal a matéria: “Eu sou racista!”, onde podemos perceber que algo ainda muito forte em nossa sociedade e que é muitas vezes perpetuado por ditados, frases que repetimos e nem percebemos que estamos ajudando nesta perpetuação como uma existente no seu blog: “Mas o que eu quero lhe dizer, é que a coisa aqui tá preta", o que nos leva a entender que o "preto" é algo difícil, ruim. (M.N.)” Perfeita consideração! Recebi esta mensagem por e-mail hoje, a matéria sobre racismo, apesar de nenhum comentário no blog, foi uma das matérias que se tornou mais popular. Realmente o racismo no Brasil tem essa característica, essa sutileza ofensiva, que se perpetua em nossas palavras e nossas culturas, algumas mais claras como “faça um serviço de branco” outras mais sutis, como: “mas o que eu quero lhe dizer é que a coisa aqui ta preta”, tão sutil que passou por mim mesmo despercebido, pois a expressão “a coisa ta preta” é comumente usada em todos os cantos do Brasil, com certeza sem a intenção de reproduzir estereótipos, mas já reproduzindo. Realmente quando o Compositor Chico Buarque, se referiu nesta música, e não foi ele que inventou a expressão popular, se referia que a situação estaria difícil, ruim. E a mesma intenção que tive ao reproduzir parte da letra de Chico (devidamente entre aspas), para fazer referência a difícil situação que havia nas negociações do Sindicatos dos Professores com o Governo do Estado do Pará. Mesmo que sutilmente, a frase reproduz estereótipos, sim. Não do mesmo modo que a música: “O teu cabelo não nega” de 1931(Irmãos Valença). De qualquer maneira é melhor falar: “a situação está difícil” que “a coisa ta preta”. Obrigado pelo comentário.
Prof. Nairo Bentes

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Se eu Quero e você Quer, Discutir Educação, ou Fazer Revolução....

Uma hora de ônibus, no mínimo, por dia, serviria ao menos para refletir, uma caminhada também seria bom. Por que a qualidade do ensino público no Brasil não é boa? Imagine uma escola pública no centro ou na periferia de Belém, em que nela também se valha o chargão de que escola pública não tem qualidade, não tem compromisso, não há a responsabilidade com o aprendizado. Nesta escola, que funciona com 16 turmas de ensino médio e 8 de ensino fundamental, existem alunos interessados e desinteressados, como em qualquer outro lugar. Elencar motivos para que a escola não funcione como deveria é bem fácil. Desinteresse dos alunos, desmotivação do professor, problemas na estrutura familiar dos alunos, existem infinitos motivos para explicar uma situação, infinitos motivos, justamente para tornar-se quase impossível a sua superação. Se uma escola privada estivesse com algum problema que interferisse no processo ensino-aprendizagem, procurar-se-ia tal problema e resolver-se-ia pontualmente. Na escola pública não, o mistério é achar milhares de problemas e não saber qual resolver primeiro, nem como. Qual a solução? A solução é ser simples e objetivo, que problemas dão problemas? Quais são possíveis a escola resolver internamente? Quais necessitam de intervenção estatal? Deve-se começar a encarar a Educação como um bem. Como um pró! Uma solução e não um problema. Qualidades que dedico a qualquer gestor são: Liderança, capacidade de resolver problemas, autoridade e transparência.
Boa Sorte! Nairo Bentes

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Cotas nas Escolas Federais

Um projeto de lei do Senado prevê pelo menos metade das vagas dasEscolas Federais de EDUCAÇÃO Profissional, Tecnológica e Superiorpreenchidas por estudantes negros e índiosUm projeto de lei (PL 3913/08) do Senado prevê pelo menos metade dasvagas das Escolas Federais de EDUCAÇÃO Profissional, Tecnológica eSuperior preenchidas por estudantes negros e índios que tenham cursadointegralmente o Ensino Fundamental em escolas públicas. Já aprovadopelo Senado, o projeto tramita em regime de prioridade e seráencaminhado diretamente para votação em plenário.Autora da proposta, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) aponta que outroprojeto do Executivo (PL 3627/04) já institui cotas para alunosegressos de escolas públicas nas universidades federais, mas deixa defora as escolas Técnicas. Segundo a parlamentar, o seu projeto visacontribuir com as políticas de inclusão social adotadas pelo governofederal.As vagas deverão ser preenchidas, por curso e turno, por candidatosque se declarem negros e indígenas em proporção no mínimo igual à denegros, pardos e indígenas entre os habitantes do estado onde estáinstalada a instituição, segundo os dados do último censo do IBGE. Naimpossibilidade de preencher metade das vagas por esse critério, asremanescentes deverão ser completadas por estudantes que tenhamcursado integralmente o Ensino Médio em escolas da rede pública.O projeto também assegura vagas para pessoas com deficiência,independentemente de onde tenham cursado a EDUCAÇÃO Básica e a Média.O poder Executivo deverá regulamentar o preenchimento dessas cotas.A proposta prevê a implantação gradual do sistema de cotas. Asinstituições de Ensino terão, assim, o prazo máximo de quatro anos, apartir da data da publicação da lei, para o cumprimento integral dessapolítica. E caberá ao poder Executivo regulamentar o processo deacompanhamento e avaliação do sistema implantado.
Fonte: CORREIO DO POVO – RS

sexta-feira, 23 de maio de 2008

"Mas o que eu quero lhe dizer, é que a coisa aqui tá preta"

Pois é meu amigo, parecem tempos de ditadura, com porrada de PM, liminar na justiça e até comercial na TV pra desarticular a greve, algo do tipo:"tire suas mãos de mim, eu não pertenço a você,não é me dominando assim, que você vai me entender...."estamos em greve, acompanho de perto a movimentação, esse governo popular está se perdendo, foi brigar e agredir a única categoria que não deveria.As pautas sociais já foram escutadas, já as financeiras, no zero. Postei algo neste espaço
Nairo Bentes

Sobre a Greve.

Em nova reunião dos professores com representantes do Governo do Estado não houve confrontos nem agressões da polícia. As pautas sociais das reivindicações dos professores foram todas bem recebidas e o Governo se comprometeu a cumpri-las. Entretanto a pauta financeira ainda sem acordo, portando a Greve continua até nova reunião. E o Governo mantém a decisão judicial que declara a greve como abusiva, e continua mantendo comerciais na TV desmobilizando a greve e confundindo a sociedade. (Pará, terra de direitos)
Entre as reivindicações sociais os professores solicitam melhorias nas escolas, compra de carteiras, reforma da estrutura física, climatização de salas, e melhoria na qualidade da merenda escolar para os alunos, entre outras coisas. Entre as reivindicações financeiras os professores solicitam agora 25% de reajuste salarial, e 350 reais de vale alimentação. O Governo oferece 6,5% de reajuste e vale alimentação de 50 reais. Se um completo vale R$1,50, em trinta dias, comendo um completo por dia, gasta-se R$45,00, ainda sobram R$5,00, né Governadora? (vide foto: em frente a Casa Civil)
Quem se interessar por vídeos detalhados das assembléias dos professores é só comentar e postar seu e-mail. Um abraço. A luta continua.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

“A MADRASTA DO PARÁ!!!”.

No dia 29 de abril escrevi algo sobre a manifestação dos professores na luta, por reajustes salariais, e melhoria das condições de trabalho. Tantas coisas ocorreram que lamentável pensar que ocorreu isso. Em uma manifestação em frente ao palácio dos despachos a polícia até bomba de efeito moral jogou nos professores, uma vergonha, e ainda existem algumas pessoas que não se posicionam a respeito disso. O Governo conseguiu ser pior ainda, não bastasse essa palhaçada de jogar gás de pimenta e balas de borracha em nós professores, entrou na justiça para declarar a greve como abusiva e forçar os professores a retornar suas atividades sem acordo e com o reajuste medíocre proposto por Ana Júlia.

Quarta-feira, dia 14, houve nova reunião dos professores e foi decidido pela manutenção da greve mesmo com a decisão da justiça de cobrar multa de 10mil por dia de greve. Realmente logo Ana Júlia que era comando de greve quando bancária? Justamente. No dia 14 após a assembléia os professores se dirigiram a frente do tribunal que declarou a greve como abusiva, o mesmo que declarou inocente Almir e o assassino de Doroty. Vamos ver o que acontece daqui pra frente. E os gritos dos manifestantes no dia era “ANA JÚLIA JATOBÁ, A MADRASTA DO PARÁ!!!”. Tudo isso realmente é lamentável, mesmo que a Governadora não se ache capaz de atender a solicitação do Sintepp, não deveria nunca tratá-los como animais.

Nairo Bentes

EDITORIAL

Muitos já devem ter se perguntado porque ‘Pelego’? Por qual Motivo esse cara escolheu esse nome para tal blog, alguns podem pensar, é uma forma de chamar atenção, ou, já é uma forma de puxar um debate, quem é pelego aqui? Na verdade quem já acompanha este espaço desde que ele se alojava no flogão, onde sua temática não era estritamente política e discursiva, era também reflexiva e filosófica, e também, porque não, melancólica, já se deparou com uns dos significados do qual a expressão pelego se originou. O blog surgiu num momento de revolta e reflexão a respeito do movimento estudantil, movimento social onde a expressão pelego é bastante comum, na realidade a expressão pelego é usada indevidamente em alguns casos, como na época considerou-se que nem todos são pelegos, ou, você pode ser pelego sem saber, considerou-se pelego uma questão a se discutir, a se debater. Daí o nome ‘pelegoemdebate’. E quando este transferiu-se de site, manteve o endereço virtual de pelegoemdebate, agora no blogspot, só que agora com o nome já popular de blog do pelego. E o que é pelego? Bom, no movimento estudantil e sindical ouve-se muito falar: ‘fulano é pelego, ele não faz nada. Aceita tudo’, ou ‘esse pessoal é ligado ao governo, são um bando de pelego’. Então pelego seria o indiferente ou o ligado à direita? O blogdopelego vem justamente para instigar, pelo fato de não ser pelego e discutir, ou se for pelego e não discutir, todos devem agir e refletir. Divulgue o blog. Obrigado.
Nairo Bentes

quarta-feira, 7 de maio de 2008

“Eu sou racista!”.

Certo dia, um menino branco foi para casa e disse a sua mãe: "Fiz nova amizade na escola. Posso trazer meu amigo em casa para brincar comigo?" "Qual é a cor dele?" perguntou a mãe. "Não me lembro. Amanhã vou olhar para ver." Mudando um pouco de assunto dos últimos posts, muito políticos, não que este aqui não seja. Digo em termos de política nacional. Futuramente discuto o que viria a ser política aqui.
Em recente discussão com o Grupo de Pesquisa sobre Formação de Professores e Relações Raciais da Universidade Federal do Pará do qual faço parte, surgiu-me uma reflexão de como tratar a questão racial brasileira no enfoque sobre o racismo. Reflexões surgem a todo momento, no dia do encontro do Grupo, um ponto de discussão que surgiu foi: devemos ter como bandeira o anti-racismo ou anti-racistas?
É claro que o Brasil é um país racista, nasceu assim.
Em pesquisa divulgada no site
http://www.dialogoscontraoracismo.org.br/ tem-se um banner que expressa: Você acredita que existe racismo no Brasil? 87% dos brasileiros reconhecem que há racismo no Brasil. Curiosamente, somente 4% dos entrevistados reconhecem que são racistas. Existe racismo sem racistas? Agora, existem racistas no Brasil? Claro que sim. Mas de tal forma que ninguém vai bater no peito e dizer: “Eu sou racista!”.
Hoje, por acaso observei uma história, uma conversa. Estavam falando de pais, mães, filhos, filhas, brancos, negros. E eis que surge a frase: “A Fulana, ela é morena, mais a filha dela é loiríssima a menina, é linda, muito bonita”.
Imagine o que acontece se uma criança escutar essa frase, que conceitos ela vai criar e reproduzir?
O sujeito que proferiu esta frase é racista? Pode ser ou não, mas antes de analisar isso (...), a frase proferida com certeza tem um fundo racista e reproduz estereótipos e preconceitos que ajudam o Racismo, o Preconceito e a Discriminação a se perpetuar. Deve-se declarar guerra contra a pessoa que disse esta frase? Isso só criaria um divisionismo.
Quem disse isso foi criado numa sociedade em que o pensamento racista, e a hierarquia de raças, sempre imperou. E aos poucos se modificou e se perpetuou, e por isso torna-se difícil de eliminar.
O conceito de beleza sempre foi associado ao branco, ao claro, ao contrário dos conceitos de negro, preto. A nossas rainhas são todas loiras.
A luta deve-se centrar na eliminação das pontes de reprodução do racismo, evitar que ele se reproduza na escola, por meio do currículo de história e outras disciplinas, evitar que a mídia sirva apenas a uma raça ou etnia. Eliminar da Cultura brasileira piadas que denigram a imagem do negro. O nosso próprio vocabulário é racista, denigram vem de denegrir, denegrir significa tornar negro. Então, a cultura brasileira tem elementos essencialmente racistas. Não é apontando racistas que acabaremos com o racismo. O racismo é um grande opositor da Igualdade racial.
A Luta deve ser contra o racismo dos racistas, evitar que passem isso pro seus filhos, mesmo que inconscientemente, evitar que padronizações e estereótipos criem imagens discriminatórias da sociedade. Ouvi uma vez e repito “temos que cuidar para que as nossas crianças não sejam racistas, porque os velhos, já são, e destes só se pode conseguir a tolerância”, é assim que se acaba com o racismo.
Nairo Bentes

sexta-feira, 2 de maio de 2008

O Fenômeno Lula e o meu "eu" petista.

Domingo fui ver o jogo Botafogo x Flamengo, primeiro jogo da final do carioca, como os bares estavam lotados acabei indo na casa de um amigo, este estava dormindo, mas fiquei conversando com a mãe dele, tomando umas cervejas, em meio a variados papos, sobre família, futebol, cerveja e infância, surge a política. Que começa com a pergunta da mãe de meu amigo: “Nairo, tu continuas petista como antes?”
- Eu nunca fui petista. - (ela só me olhou) Repeti – Eu nunca fui petista.
Isso pra mim é um afronto, uma ofensa, sei lá. Então, mais de 60% da população eleitoral brasileira é petista, pois esta é a taxa de aprovação do governo Lula.
Nós estávamos tomando cerveja. Não lembro como o assunto mudou de PT pra Lula, lembro que eu disse: “mas o Lula é um fenômeno, ninguém ganha do Lula!”. Só me olhou novamente, como dizendo: “ainda és petista”. Continuei dizendo que o Lula não tem oposição, teve aquela onda de mensalão, até eu critiquei, mas é uma coisa que se supera, acontecia antes com a tucanada.
Continuando, falei: sim, “o Lula não tem oposição, na atual conjuntura até o PSDB apoiaria o Lula, não apóia porque ficaria estranho, ou porque ainda o Poder é mais importante”. A briga pelo Poder é impressionante, vai além de desejar implantar projetos políticos ou propostas de sociedade, é pelo Poder mesmo, tipo quando no orkut pergunta-se: o que me atrai? Reposta: poder. Ainda vou mandar um texto aqui sobre o poder, uma reflexão.
Comentei também que nesta semana o Lula e o Serra iniciaram uma Campanha Nacional de vacinação em São Paulo (foto), e que aquilo era o símbolo do que o governo lula representa hoje, não o PT mais o Lula mesmo. A mãe de meu amigo disse: “e tu está achando lindo isso”, como quem diz, tu ainda quer dizer que não é petista. “Não, não tô achando lindo, mas é a verdade, o Lula é um fenômeno. E Não sou do PT, nunca fui. Sou do PCdoB. Mas o Lula é um fenômeno, não se pode negar, ta bom pra todo mundo, não tem oposição, quem não gosta é porquê, ou quer o poder, ou dinheiro através de emprego político, ou por puro preconceito com um ex-operário. Pra ganhar do Lula não tem. Não que eu ache ele o cara, mas ninguém ganha-o”.
Só me olharam e mudaram de assunto. Melhor que Lula só seria Aldo Rebelo, mas o Lula é um fenômeno.
Nairo Bentes

quarta-feira, 30 de abril de 2008

E o governo brinca de pira.

Aqui usarei o fato da ocupação da Reitoria da Universidade do Estado do Pará (UEPA) apenas como tema gerador de discussão e reflexão. No dia 24 de abril, quinta-feira, a UEPA teve sua Reitoria ocupada por estudantes que protestavam, entre outras coisas, contra a nomeação da Reitora pró-tempore Marília Brasil Xavier, pela Governadora. Reivindicavam, também, auditoria nas contas da UEPA, novas eleições, e fim da lista tríplice; após assembléia geral foi também incluída na pauta de reivindicações a luta pela paridade no CONSUN. A Reitoria da Universidade permaneceu ocupada até que no dia 25, sexta-feira, ocorreu uma assembléia geral dos Estudantes da UEPA a fim de decidir pelo fim ou não da ocupação e tomar outras deliberações de luta. Na assembléia formaram-se dois grupos: um a favor e outro contra a ocupação da Reitoria. Os alunos que são oposição ao Diretório Central dos Estudantes (DCE) que estavam na ocupação, eram estudantes filiados ao PSTU, ao P-SOL e estudantes da UFRA, UNAMA e UFPA. Os alunos que fazem parte do DCE/UEPA que fazem parte da UJS e do PCdoB eram contra a ocupação da Reitoria, e contavam com apoio de um bom número de estudantes da própria UEPA porém eram a favor das reivindicações propostas. Infelizmente a Assembléia Geral tornou-se uma palhaçada, por culpa de ninguém, ou por culpa de todos. A Assembléia tornou-se uma briga entre partidos políticos, uns defendendo a ocupação outros gritando pela desocupação. Todos lutando por novas eleições, fim da lista tríplice, CONSUN paritário e Auditoria nas contas da UEPA. A única proposta conflitante entre os grupos do “ocupa” e “desocupa” era quanto à nomeação da Reitora pró-tempore, o que poderia ser superado. Todos lutavam pelo mesmo ideal. Abrindo um parêntese, quem participa do movimento estudantil sabe que, hoje, inevitavelmente o partidarismo influencia muito nas decisões políticas, e que existe na verdade uma briga extrema pelo poder, independente de satisfação social ou não, o que importa é o Poder. Porém, na esfera Estadual do movimento estudantil, tal disputa política não deveria influenciar tanto, se lutamos pelas mesmas coisas, para que achar um conflito para disputar, e enfraquecer a luta? - O que você quer não é o melhor, nem a paz, o que você quer é disputar poder com eles. - “Mas nós não vamos apoiar assim de graça um movimento deles. Só para fortalecê-los”. Enfim, a desunião desarticulada só enfraquece o movimento. E o governo brinca de pira com os estudantes da UJS e do PSTU.
30.04.2008 BlogdoPelego

terça-feira, 29 de abril de 2008

MAIS DE 2000 PESSOAS NO ATO, 3 QUARTEIRÕES DE MANIFESTAÇÃO, TROPA DE CHOQUE PARA PROTEGER O GOVERNO ANA JÚLIA E PALHAÇADA.

Foto: Manifestação em massa dos professores da rede pública por melhoria da qualidade da Educação.
Fonte: Site do SINTEPP
A força dos trabalhadores em Educação do estado do Pará foi mostrada hoje, 29.04.2008 em um grande ato público realizado pelo SINTEPP. As principais reivindicações dos professores são: a proposta de um patamar de reajuste salarial de 30% e ticket alimentação no valor de 400 reais. Antes da reunião de hoje a proposta do governo era de ticket alimentação de 100 reais ou 10% do salário, e aumento salarial de 6%. A concentração do Ato começou às 9h da manhã de hoje na Praça do CAN, logo após representantes dos professores e demais trabalhadores da educação reuniram às 11h20min com representantes do Governo do Estado. O movimento reuniu cerca de 2000 professores da rede pública, entre temporários e efetivos, respondendo às declarações do governo que diziam que a paralisação não chegava a 20% na grande Belém e nem sequer existia no interior do Estado, representantes em massa de Barcarena, Santo Antônio do Tauá e Salinas entre outros estavam presentes.
Enfim, o resultado da reunião com o Governo foi pior do que o esperado, a proposta de reajuste salarial do Governo ficou em 10% e a proposta de ticket alimentação baixou para 50 reais, PALHAÇADA, 50 reais não dá nem pra lanchar um “compreto” na esquina.
[Foto: Caminhada dos professores rumo ao CIG e à SEMEC(Fonte: Blog do PELEGO)] Resultado, o movimento dos professores da rede pública estadual continua em greve, porém sai fortalecido, o próximo encontro é dia 1º de maio na Praça do CAN na luta por melhores condições de trabalho e melhoria na estrutura das escolas públicas (merenda, espaço físico, Etc.) e no dia 6 de maio na Praça da Leitura haverá uma Assembléia para definir o andamento da greve e os próximos passos do movimento. Maiores comentários virão.
Professor Nairo Bentes

quarta-feira, 26 de março de 2008

Tudo isso me faria feliz (Melancolia)

Meus últimos textos foram “melancólicos” – ponho entre aspas pela definição não ser minha – apesar de poucos comentários, muitas pessoas Lêem este blog. Como a “melancolia” faz parte deste blog escolhi este título para o texto de hoje: “Tudo isso me faria feliz”. Mas discutir Educação não é fácil né. Principalmente com professores. “Professores Mal-Formados” (tudo que estiver entre aspas não são minha autoria, porém, concordo). Mas quem é o principal responsável pela formação de um Professor, a Faculdade ou o próprio? O que os diferencia no Mercado? Mercado, na Educação? Tudo é mercado! Talvez por isso a Educação seja mais difícil de ser compreendida, discutida e melhorada. Não é vista como mercado. Pelo menos pelo Governo; e alguns profissionais. Profissionais? Isso! Sim! Apesar de terem uma “Má-Formação”. E os lugares que dão certo? É trabalho! Enfim, Educação é luta e trabalho. Enriqueça.
Professor Nairo Bentes

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Carta Renúncia (a luta contraditória)

Esta carta foi entregue dia 17 de fevereiro de 2005, há 3 anos, quando desliguei-me oficialmente do DCE/CEFET-PA.
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Eu, Nairo Bentes de Melo, estudante do Curso de Licenciatura Plena em Matemática do Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará, venho apresentar-lhes a minha renúncia, em caráter irrevogável, ao cargo de Presidente do Diretório Central dos Estudantes do CEFET-PA, cargo para o qual fui eleito, juntamente com os demais camaradas, pelos estudantes deste Centro. Venho esclarecer que não é uma desistência, pois ficarei à disposição sempre que for solicitado. A renúncia deve-se à necessidade de conclusão de meu Curso que deve ocorrer no final de março, renuncio logo para que este Diretório adquira uma melhor organização, e que atual Diretoria se organize no sentido de envolver mais os estudantes dentro da função de uma organização, para que deixe de existir uma única referência dentro deste Diretório. Saio sem a sensação de dever cumprido, mas com a certeza de que esta Diretoria que continuará até final de junho, cumprirá com os compromissos, dentre os quais estão incluídos, a criação dos Centros Acadêmicos de cada Curso, o início de debates e palestras, para formação e informação sobre a polêmica Reforma Universitária, deverão também, dar continuidade ao Projeto Vestibular Solidário, enfatizando a importância do papel do professor, importância do trabalho voluntário e do envolvimento em atividades filantrópicas. Portanto, estas devem ser as metas, não da Diretoria do DCE somente, mas de todos os estudantes do Ensino Superior. Senhores Diretores, estudantes e professores mesmo achando não ter cumprido meu papel com devida dedicação, não se deve seguir os exemplos que temos nesta e em outras Instituições de pessoas que vivem à custa do movimento estudantil, se sustentando pelo movimento e com apoio financeiro de partidos políticos ou não, se eternizam nessa luta contraditória, esquecendo para que representam a base, se é para a formação do cidadão e evolução pessoal da nação, ou para sermos eternos rebeldes que criticam e não fazem nada além de criticar. Peço desculpas àqueles que se incomodaram com nossa maneira de agir, e alertamos que alguns setores dessa Instituição (CEFET) necessitam de reformulação total em sua organização hierárquica. Sem mais, saudações a todos os estudantes, professores e membros da comunidade cefetiana, e aos que mesmo sendo professores não sabem o que é ser professor.
17/02/2005 Nairo Bentes

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Os insetos espiam

Parece que existe um muro, ou uma linha que divide quem atua politicamente e quem não atua, ou ainda, aqueles que discutem política na mesa de um bar e aqueles que não discutem, existe uma distância, meramente aparente. Essa distância aumenta quando algumas pessoas, gozando de certa visibilidade internauta, fazem comentários ou “denúncias” que tem como único objetivo de sujar a imagem de outrem. Ultimamente o BlogdoBarata e o BlogdoRodrigoMoraes vem trocando posts direcionados. O BlogdoBarata direciona críticas à Gestão de Socorro Gomes à frente da SEJUDH, e ao Partido Comunista do Brasil, que ele julga, erroneamente, sem “visibilidade e densidade eleitoral”. Socorro Gomes trabalhou em seu mandato de Deputada Federal e trabalha ainda gloriosamente, agora em frente à SEJUDH, para o bem dos direitos humanos. O Partido Comunista do Brasil tem uma representatividade muito grande no Estado, principalmente na juventude secundarista e universitária, mas não deve ser da geração do Blog do Barata. O PCdoB é grande deve responder às críticas apenas com a continuidade de seu trabalho. O BlogdoRodrigoMoraes direciona comentários à origem dos posts de Barata, de quem quer que seja, é de alguém de dentro da SEJUDH pois têm informações pontuais a respeito do quadro funcional, e outra, ou é alguém que não é do PCdoB (o mais provável), ou é alguém que sairá do PCdoB. Enfim, estas picuinhas afastam a política boa e trabalhadora do povo, essas postagens como a do Blog do Barata, fazem com que se abram brechas para criticar por criticar até os partidos que realmente trabalham. Agora o que resta a se mostrar, é trabalho. Algumas páginas tenderão a cair no esquecimento após isto.
Nairo Bentes

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

A escola dos meus sonhos.

Quando tive a idéia de escrever este texto, não veio outro nome em minha cabeça para o título a não ser este: A Escola dos Meus Sonhos. Tal título parece um tanto utópico, ou ainda algo do tipo Ruben-Alviano, mas enfim.... Já fui dar aula em alguns lugares como Abaetetuba, Viseu, Mosqueiro, São Miguel, ou em Belém mesmo, encarando diversas realidades, de local, infra-estrutura, alunos, de instrução, etc. Fui a alguns outros lugares que também chamam atenção, mas sem ser para trabalhar. Esqueci o nome deste último município que fui, na verdade nem soube o nome de lá. A escola era numa casa de alvenaria mal-acabada, não-rebocada, só com o vão para entrar, porém sem portas ou janelas para trancar, o telhado era com telhas comuns e com muitos buracos, foi bom que não choveu neste dia, a sala não tinha forro, os alunos eram crianças de 12 ou 13 anos, todos vestidos com roupas simples e sujas, a rua da frente da escola era de terra batida e molhada, pois o esgoto das casas desaguava na rua, e formava aquela lama constante. A rua ao lado, a escola era numa esquina, era de palafita feita com corda e madeira. Dentro da sala tinha uma porta ao fundo, fui ver o que era, entrei, tinham três camas e umas crianças deitadas, nelas conversando. Elas moravam lá. Entrei, conversei bem rápido com elas, fui pra fora da casa olhei para a rua.... vi um ônibus passando e pensei: como é que eu saio daqui. Depois pensei logo em seqüência: essas pessoas precisam de melhores condições, de pessoas interessadas em ajudá-las, voltei pra sala, fui dar aula, tive uma conversa bastante proveitosa com elas, algumas saíram e foram embora, outras conversaram comigo, até seus pais já estavam lá. Foi bastante produtivo. Algumas políticas são assistencialistas e não ensinam a “pescar”, e em alguns lugares nem o Assistencialismo chega. Eu acho realmente que este lugar existe, isso foi um sonho que tive. 07/02/2008 Nairo Bentes