sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Carta Renúncia (a luta contraditória)

Esta carta foi entregue dia 17 de fevereiro de 2005, há 3 anos, quando desliguei-me oficialmente do DCE/CEFET-PA.
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Eu, Nairo Bentes de Melo, estudante do Curso de Licenciatura Plena em Matemática do Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará, venho apresentar-lhes a minha renúncia, em caráter irrevogável, ao cargo de Presidente do Diretório Central dos Estudantes do CEFET-PA, cargo para o qual fui eleito, juntamente com os demais camaradas, pelos estudantes deste Centro. Venho esclarecer que não é uma desistência, pois ficarei à disposição sempre que for solicitado. A renúncia deve-se à necessidade de conclusão de meu Curso que deve ocorrer no final de março, renuncio logo para que este Diretório adquira uma melhor organização, e que atual Diretoria se organize no sentido de envolver mais os estudantes dentro da função de uma organização, para que deixe de existir uma única referência dentro deste Diretório. Saio sem a sensação de dever cumprido, mas com a certeza de que esta Diretoria que continuará até final de junho, cumprirá com os compromissos, dentre os quais estão incluídos, a criação dos Centros Acadêmicos de cada Curso, o início de debates e palestras, para formação e informação sobre a polêmica Reforma Universitária, deverão também, dar continuidade ao Projeto Vestibular Solidário, enfatizando a importância do papel do professor, importância do trabalho voluntário e do envolvimento em atividades filantrópicas. Portanto, estas devem ser as metas, não da Diretoria do DCE somente, mas de todos os estudantes do Ensino Superior. Senhores Diretores, estudantes e professores mesmo achando não ter cumprido meu papel com devida dedicação, não se deve seguir os exemplos que temos nesta e em outras Instituições de pessoas que vivem à custa do movimento estudantil, se sustentando pelo movimento e com apoio financeiro de partidos políticos ou não, se eternizam nessa luta contraditória, esquecendo para que representam a base, se é para a formação do cidadão e evolução pessoal da nação, ou para sermos eternos rebeldes que criticam e não fazem nada além de criticar. Peço desculpas àqueles que se incomodaram com nossa maneira de agir, e alertamos que alguns setores dessa Instituição (CEFET) necessitam de reformulação total em sua organização hierárquica. Sem mais, saudações a todos os estudantes, professores e membros da comunidade cefetiana, e aos que mesmo sendo professores não sabem o que é ser professor.
17/02/2005 Nairo Bentes

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Os insetos espiam

Parece que existe um muro, ou uma linha que divide quem atua politicamente e quem não atua, ou ainda, aqueles que discutem política na mesa de um bar e aqueles que não discutem, existe uma distância, meramente aparente. Essa distância aumenta quando algumas pessoas, gozando de certa visibilidade internauta, fazem comentários ou “denúncias” que tem como único objetivo de sujar a imagem de outrem. Ultimamente o BlogdoBarata e o BlogdoRodrigoMoraes vem trocando posts direcionados. O BlogdoBarata direciona críticas à Gestão de Socorro Gomes à frente da SEJUDH, e ao Partido Comunista do Brasil, que ele julga, erroneamente, sem “visibilidade e densidade eleitoral”. Socorro Gomes trabalhou em seu mandato de Deputada Federal e trabalha ainda gloriosamente, agora em frente à SEJUDH, para o bem dos direitos humanos. O Partido Comunista do Brasil tem uma representatividade muito grande no Estado, principalmente na juventude secundarista e universitária, mas não deve ser da geração do Blog do Barata. O PCdoB é grande deve responder às críticas apenas com a continuidade de seu trabalho. O BlogdoRodrigoMoraes direciona comentários à origem dos posts de Barata, de quem quer que seja, é de alguém de dentro da SEJUDH pois têm informações pontuais a respeito do quadro funcional, e outra, ou é alguém que não é do PCdoB (o mais provável), ou é alguém que sairá do PCdoB. Enfim, estas picuinhas afastam a política boa e trabalhadora do povo, essas postagens como a do Blog do Barata, fazem com que se abram brechas para criticar por criticar até os partidos que realmente trabalham. Agora o que resta a se mostrar, é trabalho. Algumas páginas tenderão a cair no esquecimento após isto.
Nairo Bentes

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

A escola dos meus sonhos.

Quando tive a idéia de escrever este texto, não veio outro nome em minha cabeça para o título a não ser este: A Escola dos Meus Sonhos. Tal título parece um tanto utópico, ou ainda algo do tipo Ruben-Alviano, mas enfim.... Já fui dar aula em alguns lugares como Abaetetuba, Viseu, Mosqueiro, São Miguel, ou em Belém mesmo, encarando diversas realidades, de local, infra-estrutura, alunos, de instrução, etc. Fui a alguns outros lugares que também chamam atenção, mas sem ser para trabalhar. Esqueci o nome deste último município que fui, na verdade nem soube o nome de lá. A escola era numa casa de alvenaria mal-acabada, não-rebocada, só com o vão para entrar, porém sem portas ou janelas para trancar, o telhado era com telhas comuns e com muitos buracos, foi bom que não choveu neste dia, a sala não tinha forro, os alunos eram crianças de 12 ou 13 anos, todos vestidos com roupas simples e sujas, a rua da frente da escola era de terra batida e molhada, pois o esgoto das casas desaguava na rua, e formava aquela lama constante. A rua ao lado, a escola era numa esquina, era de palafita feita com corda e madeira. Dentro da sala tinha uma porta ao fundo, fui ver o que era, entrei, tinham três camas e umas crianças deitadas, nelas conversando. Elas moravam lá. Entrei, conversei bem rápido com elas, fui pra fora da casa olhei para a rua.... vi um ônibus passando e pensei: como é que eu saio daqui. Depois pensei logo em seqüência: essas pessoas precisam de melhores condições, de pessoas interessadas em ajudá-las, voltei pra sala, fui dar aula, tive uma conversa bastante proveitosa com elas, algumas saíram e foram embora, outras conversaram comigo, até seus pais já estavam lá. Foi bastante produtivo. Algumas políticas são assistencialistas e não ensinam a “pescar”, e em alguns lugares nem o Assistencialismo chega. Eu acho realmente que este lugar existe, isso foi um sonho que tive. 07/02/2008 Nairo Bentes