terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Nilson falou: “o STF não disse nada, se é pra pagar o piso agora, ou daqui a pouco.”


Quem vem acompanhando os noticiários nas TVs locais, está ligado, só se fala nisso: “a greve dos professores prejudica milhares de alunos em todo o Estado”.
Nós, professores, quando ouvimos uma notícia dessas, chegamos até a nos sentir responsabilizados pelo prejuízo que é acarretado aos nossos alunos. Porém, quando aparece um cara-de-pau como o Senhor Deputado Secretário de Promoção Social Nilson Pinto de Oliveira, falando na televisão provocações à categoria dos profissionais da Educação, temos certeza que os únicos responsáveis pelo prejuízo causado aos alunos de escolas públicas são estes senhores que hoje administram o Governo do Estado do Pará, Simão Jatene e quadrilha Ltda.
Hoje, o tal do Nilson Pinto foi no Bom dia Pará. Quando perguntado pelo jornalista da TV Liberal, o Porquê do Governo e a SEDUC desrespeitarem o pagamento do piso, já que  se trata de uma lei federal sancionada em 2008. O então secretário, respondeu dizendo: “a Lei é de 2008, mas alguns Estados entraram com uma ação de inconstitucionalidade, e só em agosto de 2011 que o STF publicou um acordão dizendo que a lei é constitucional. Mas o STF não disse nada, se é pra pagar o piso agora, ou daqui a pouco.”
É, caros leitores, ele disse isso: “o STF não disse nada, se  é pra pagar o piso agora, ou daqui a pouco.”
“Se é pra pagar o piso agora, ou daqui a pouco”
P*##@! Não sei nem o que eu te digo Nilson Pinto de Oliveira!!!
Vai ler um pouco da lei, que o senhor e o seu chefe estão descumprindo, e leia seu Artigo 8o o qual diz: “Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.” E depois fala, se é pra pagar agora ou daqui a pouco!
Foi muito autocontrole pra não escrever várias palavras de baixo calão aqui pra esse cara!!!
Amanhã tem um grande ato público com concentração às 9h no trevo do Satélite partindo em caminhada em direção à SEDUC.

Todos lá!
Grande abraço!!!

Prof. Nairo Bentes

P.S: Tuítem para o secretário a opinião de vocês: @DepNilsonPinto

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Brasileiro(*)





Mais um dia, mais uma manchete. Ao sair de casa para trabalhar, Zaqueu pegou um jornal na banca de revistas da esquina e, sem o mínimo espanto, leu a primeira página, que estampava mais um caso de corrupção. Ministro fulano é acusado de suborno, presidente nega conhecimento. Deputado  diz que não tem conta bancária no exterior, senador implicado em esquema de fraudes em licitação. Tanto faz o que era. No outro dia, esses mesmos jornais estão com outras matérias e os anteriores estão forrando gaiolas, embrulhando peixes ou servindo de recortes para trabalhos escolares, o barulho é efêmero e a opinião pública, volátil. Daqui a alguns anos todos voltam, eleitos e reeleitos. Somos cordiais, cristãos, perdoamos, aceitamos, comungamos, elegemos, trabalhamos, desenvolvemos, lemos, amamos e vivemos, absortos nos nossos infernos, públicos e privados, altruisticamente egoístas.

Zaqueu tomou o ônibus na quinta quadra do Setor Sudoeste e encaminhou-se para a Esplanada, onde trabalhava no  Ministério dos Transportes como analista administrativo. Entrou no prédio, bateu o ponto com seu polegar. Pensou o que pensava todos os dias, Como alguém que não tivesse as mãos poderia bater aquele ponto biométrico? Riu sozinho da observação, como sempre, pois que valia tem alguém que não tem as mãos para o serviço público? Como vai carimbar, assinar, registrar, segurar as xícaras que substituíram os copinhos de café? Chegou ainda sorrindo à sua mesa, no segundo andar, o que lhe valeu a simpatia dos seus colegas. Sempre apreciamos pessoas felizes, alegres, radiantes, simpáticas.

Trabalhava com processos administrativos. Basta que se diga isso, pois tudo na administração pública compõe processos, desde a aquisição de papel higiênico até a concessão de passagens para os assessores do ministro irem para Fortaleza participar de eventos nos resorts cearenses. Uma sucessão de papéis, numerados e rubricados, contendo atas, editais, nomes, atestos, carimbos e mais uma extensa lista de abstrações documentadas, reunidas num volume organizado criteriosamente, com o pretexto de atribuir lisura e legalidade aos atos administrativos. Qualquer desavisado, selecionado às escuras numa escola, pública ou privada, que botasse a vista no conteúdo das caixas de plástico que repousam na mesa de Zaqueu não lhes atribuiria nenhuma dessas divinas qualidades. Diria apenas que é uma pilha de papel, apropriada para os mesmos usos dos jornais de ontem.

Para Zaqueu não era diferente. Se botassem um baú cheio de merda no lugar daqueles papéis mofentos a sua frente, limitaria-se a colocar luvas e máscara e prosseguiria com o manuseio, esperando, como sempre, o primeiro dia útil de cada mês, único dia em que acreditava no que estava fazendo. O pagamento e a estabilidade num país como o nosso, tudo isto conta muito. E além do que, não é tão ruim assim trabalhar sete horas por dia revirando documentos, revisando, listando itens essenciais e supérfluos. Poderia ser pior, afinal, há pessoas que realmente lidam com baús de merda. Este pensamento sempre animava Zaqueu, como uma piada que lembramos sozinhos e não dividimos com os outros, receosos que a graça se perca.

Hora do almoço. Zaqueu desceu os dois andares pela escada e, chegando ao térreo, foi ao banheiro. Esperou que um outro servidor público saísse e logo depois entrou para o sanitário, fechando  o trinco da porta. Próximo ao chão, deslocou um azulejo que estava solto, revelando um buraco que continha uma caixa de ferramentas, que puxou para fora, botando em seguida o azulejo de volta. Rapidamente saiu à rua, que a esta hora estava apinhada de funcionários públicos, pegando seus carros ou comendo lá mesmo, em carrinhos que vendem comida. Pegou um táxi e disse ao motorista que o deixasse no Memorial JK.

Conversou animadamente com o taxista sobre futebol, era quarta-feira e o time para o qual torciam iria jogar contra o líder do campeonato naquela altura. Chegaram. Demorou um pouco pois era quarta-feira, muitos parlamentares e assessores, muitos carros e poucas vias para os mesmos poucos lugares. Zaqueu pagou trinta reais e disse para o outro ficar com o troco, um e vinte e cinco, prontamente aceitos pelo taxista. Desceu ansiosamente do carro e pôs-se a caminhar e já ia a uns duzentos metros quando sentiu uma mão pesada no seu ombro. Assustado virou-se e viu que era o motorista com a caixa de ferramentas: havia esquecido no carro. Agradeceu e quis até lhe dar mais dinheiro, mas, quando ia pegar a carteira, desistiu. Deixou na conta da gentileza e ambos seguiram seus caminhos.

Zaqueu caminhou pelo imenso canteiro, de mato ralo e algumas árvores, enquanto os carros seguiam pelas veias e artérias da capital. O clima estava quente, mas seco e soprava uma agradável brisa. Depois de ter andado um bom bocado, subiu numa árvore pequena e ficou observando o movimento da via. Sentiu de repente uma grande paz, e foi neste estado que tirou as partes do rifle, que estava desmontado dentro da caixa de ferramentas. Montou cuidadosamente, lustrando as partes com uma flanela laranja e checando cada peça, cano, gatilho, trava. Colocou uma mira de longo alcance na alça e carregou a arma. Apoiou a soleira no ombro direito e observou pela lente. Ele não deve demorar muito, pensou.

Demorou vinte minutos. Na entrada da refinada churrascaria parou um carro importado, alemão, preto. A placa oficial não deixava dúvidas, era muito importante a pessoa que descia do carro, rumo à porta do restaurante. Zaqueu olhou aquela cara, aquele bigode, aqueles anos todos, aquelas manchetes todas, aqueles dias todos. Hoje é diferente, pensou Zaqueu, hoje alguém vai reagir. O senador caminhava lentamente, com seu passo solene de autoridade, cercado de assessores e um segurança que, desacostumado às ameaças, distraidamente falava ao celular. Quando chegou em frente à porta de vidro, que um dos seus asseclas abriu prontamente, parou. Sentiu que esquecia alguma coisa, bateu com as mãos nos bolsos do paletó. Não deve ser nada, pensou, ainda querendo saber o que era. Foi pouco tempo que durou este pensamento porque Zaqueu apertou o gatilho e a bala foi mais rápida que a memória do senador, que já andava um tanto falha, e logo os neurônios do parlamentar decoraram a vitrine da entrada da churrascaria, onde estavam expostas algumas peças de carne bovina sob uma luz forte, simulando fogo.

O tumulto foi generalizado, os seguranças corriam de um lado para o outro sem saber o que fazer, ligaram para polícia, para o exército. As pessoas ilustres, outros parlamentares, empresários reunidos com eles, todos saíram para ver o corpo do velho oligarca quase sem cabeça, estendido na entrada. Os mais afoitos fotografavam, os cinegrafistas amadores filmavam com seus telefones. Zaqueu assistiu à aglomeração, ao furdunço, de longe, ainda trepado na árvore. Quis contemplar por alguns momentos o seu feito. Por alguns segundos, ele se demorou ali, parado, com o espanto estampado no rosto, enquanto segurava o rifle ainda quente do tiro. De súbito, despertou e limpou a arma com a flanela, encaixando-a, junto à caixa, nuns galhos acima de sua cabeça. Desceu quando o trânsito estava já sendo paralisado e as primeiras sirenes já se ouviam, um pouco longe.

Começou a andar rapidamente até a parada de ônibus. Suava muito, mas o calor não deixava espaço para suspeitas. Havia muita gente no ponto e Zaqueu ficou preocupado. Ainda não sabem, não deu tempo, pensava enquanto revia todos os seus atos desde que chegara ao trabalho naquela manhã. Não há motivo para alarde, repetia.

O trânsito andou um pouco e o ônibus chegou. Subiram todos e Zaqueu sentou-se ao lado de um rapaz. Há poucas coisas mais irritantes do que engarrafamentos, ainda mais aquele, que ninguém sabia o que estava provocando, mas já se tinha certeza que era algo de anormal. Começaram a brotar soldados e cabos, correndo de um lado para o outro, brandindo fuzis e recebendo ordens dos sargentos, Cobre aquele lado, O outro, Porra, deixa de ser surdo, cabo Souza!, e outras coisas desesperadas de quem não sabe o que fazer. Estavam abordando todos os transeuntes e logo começaram a revistar os veículos parados no trânsito.

Zaqueu começou a ficar nervoso, aquilo não estava nos seus planos. Não pensou que eles iriam paralisar o tráfego tão cedo, nem que os militares chegariam tão rápido. A rapidez se deu porque havia um destacamento de duzentos homens próximo, voltando do Estádio Mané Garrincha, onde tinham participado de um treinamento com vistas à Copa do Mundo. Naquela altura, o crime já estava nas redes sociais e as autoridades já haviam sido acionadas, movendo toda a geringonça brasileira de segurança. Policiais militares mal treinados, policiais civis corruptos, policiais federais indolentes, forças armadas, pobres e emburrecidas pela Nova República, como garantia de aniquilar seus impulsos golpistas. Não tenho arma e não tenho nada que me incrimine, estou tranquilo, pensava.

Chegou a vez do ônibus em que estava Zaqueu. Entraram dois militares e começaram uma gritaria, Todo mundo calmo!, naquele velho estilo nacional de cooperação compulsória, intimidação amigável. O soldado foi na frente, olhando cada um dos passageiros enquanto segurava baixo seu fuzil. Um cabo cobria o primeiro da entrada. Zaqueu se segurou para não gritar de desespero, manteve o sangue frio e reduziu a sua expressão a um franzir de sobrancelhas, como se dissesse, Que merda é essa?, mas continuava suando muito. O soldado continuava a examinar com os olhos angustiados os passageiros. Uma senhora espirrou e a praça virou-se subitamente e apontou a arma na cara da velha, que começou a passar mal, aumentando o clima de terror, com gritos e choros. Um velho reclamou, Que está acontecendo?. O soldado respondeu, Meu senhor, houve um crime terrível ainda há pouco ali no Setor Hoteleiro Sul, e recebemos ordens de cercar tudo por aqui. Mas o que foi?, o velho questionou novamente. Parece que mataram alguém importante, disse o soldado. Zaqueu estava paralisado de pânico e olhava para fora, evitando encarar os dois. Tudo limpo aí, Amaral?, gritou o cabo. Ao que parece sim, tudo limpo, respondeu o soldado. Saíram do ônibus e comunicaram ao sargento que estava dando ordens em forma de gritaria a um monte de outros militares, revistando veículos em todas as direções. Como assim tudo limpo, porra?! Larguem de ser frescos e voltem àquela porra daquele ônibus e me tragam um suspeito, porra! É ordem, de todo carro tirem um filho da puta!, vociferou o exaltado sargento.

Zaqueu ouviu tudo aquilo com um aperto no coração. Era o fim. O soldado entrou novamente, desta vez com o fuzil ameaçadoramente alto. Tornou a examinar os passageiros. Todos eram velhos, doentes, mulheres, japoneses, obesos demais para terem feito aquilo. Bateu os olhos onde estava sentado Zaqueu e foi até lá. Ao vê-lo se dirigir até onde estava, Zaqueu teve vontade de sair correndo, tomar o fuzil e fazer reféns, mas não conseguia mexer nem as mãos, quanto mais fazer todo este escarcéu. Esperou. Os poucos passos do soldado demoraram uma eternidade e ele se preparou para ser preso, quando seus olhos de repente miraram o rapaz que estava sentado ao seu lado. Tranquilizou-se instantaneamente, baixou a cabeça e até sorriu. Ao chegar, o soldado esbravejou, Vamos levantando!, Como?, respondeu Zaqueu. Não é contigo não, é com este elemento aí. O rapaz tomou um susto com a intimação do soldado, mas levantou-se de pronto, resmungando em voz baixa qualquer coisa. Não era a primeira vez que as ditas autoridades brasileiras davam-lhe este tratamento, era preto e pobre. Como somos cordiais, o rapaz desceu calado e o olhar de Zaqueu acompanhou-o até ele ser recolhido a um caminhão que estava improvisado de camburão, já abarrotado de pobres rapazes pretos.

Dentro do ônibus, Zaqueu era só alívio. Esparramou-se, sorrindo, no banco do ônibus e ficou ainda mais radiante quando ouviu o sargento gritando, Pode desviar esses carros, já estão limpos!, e o veículo começou a se mover. Seu telefone tocou. Era seu chefe, que disse, Zaqueu, nem precisa voltar do almoço, aconteceu uma cagada, ninguém sabe ainda o que foi, mas parece que atiraram no Presidente do Senado, está todo mundo em pânico, Tudo bem, Mendonça, estou no ônibus, está tudo parado por aqui, vou para casa então, Certo, um abração, e desligou.

Mais um brasileiro à solta.

*(Texto excrito por Igor Farias, em colaboração ao blog eu-lírico da tabacaria)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

#ArnaldoJaborRacista?


Ontem, em um longo papo no msn, conversei com um amigo sobre os últimos acontecimentos políticos. Não vou entrar em detalhes da nossa conversa. Foi longa! Ele me disse que as pessoas defensoras de Orlando Silva respondiam com agressividade quando questionadas sobre o suposto desvio de recursos públicos.
É meu amigo. Infelizmente algumas pessoas não conseguem dialogar. Pergunta-se: porque o Orlando saiu mesmo não sendo culpado (segundo ele próprio e o PCdoB)? Resp: Saiu pois, se culpado ou inocente, é melhor que as investigações ocorram sem desgaste do Governo Dilma. É uma estratégia política. Mesmo se sabendo inocente, Orlando e o PCdoB inteiro, sabem que se ele continuasse como ministro só prejudicaria a imagem do Governo perante a sociedade. Ah! E do partido também.
Então, afasta o cara que é melhor. Se ele for inocente... que prove isso aí fora.
Eu estava tuitando numa boa agora, e vi a hastag – é assim que se escreve? hastag #ArnaldoJaborRacista. E fui ver do que se tratava, a fonte que utilizei foi o site do Vermelho na matéria intitulada “Jabor destila racismo contra Orlando e é rechaçado noTwitter”.
Então vi, que além de ter falado mal da UNE e do PCdoB, Jabor proferiu, na Rádio CBN, a expressão: "Amigos ouvintes, finalmente, o Orlando Silva caiu do galho. Depois dessa declaração o comentarista caiu na “boca do Twitter” e o #ArnaldoJaborRacista bombou nas redes sociais!!

Caros leitores, venho lhes dizer, não tenho simpatia alguma por Arnaldo Jabor. Na verdade, às vezes eu até acho ele engraçado, acho até que ele poderia sair do Jornal Nacional e fazer parte do Zorra Total, fazendo uma dupla com a Dilmaquinista. Enfim, também não tenho nada contra o cara.
Porém, ao contrário de muitos, não vi racismo nas palavras dele. A expressão “cada macaco no seu galho” é usada sem fazer referência nenhuma à questão racial, e assim foi a forma como Arnaldo Jabor a usou...
"Égua, Nairo! Estás defendendo o Arnaldo Jabor, cara?"
Não, caros leitores, apenas mostrando meu entendimento. Cada ministro está num galho, e o Orlando Silva caiu do dele. A referência que Jabor fez, foi em analogia ao ditado popular, e não querendo se referir à cor do ministro. Todavia, nesse momento de efervescência política, cada um entende o que é melhor pra retrucar.
Falando sobre racismo, às vezes, a mesma palavra pode ser ou não racista. Vejam como exemplo um amigo falando pro outro:
- Fale meu preto! Como estás?
Em outra situação se o amigo tivesse mordido poderia falar assim:
- Seu preto fedido! Você me paga!
Ou seja, na primeira situação foi usado o termo “preto” sem racismo. Já na segunda situação, há uma dose grande de racismo. Concordam?
Assim o Jabor, tá lá no galho dele, com gente torcendo pra ele cair de lá.
Um grande abraço!
Prof. Nairo Bentes

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Greve, plebiscito, eleições 2012, Educação e PIB, Orlando Silva e PCdoB


É impressionante, mas ultimamente tenho deparado-me com uma imensa hesitação em escrever. Há diversos fatos que eu gostaria de comentar, mas não comento. Na verdade, até escrevo, só que não gosto quando leio. Então não publica-se.
Tenho algo a dizer sobre a greve, sobre o plebiscito de divisão do Estado, sobre as eleições 2012, sobre Educação, sobre a matemática... e o Ministro Orlando Silva.
Então eu vou deixando passar: “Ah! Depois eu escrevo, depois eu escrevo...” Até o tema sair do interesse das pessoas e se resolver, que acabo por não postar no blog.
A greve continua, este é um ponto. Já são trinta dias e nada do governo arredar. Esse ano não tem discussão, quem não paga o piso é fora da lei. Os alunos são prejudicados? Resp: São! Mas a responsabilidade é do Governo Estadual, hoje, tendo sua figura máxima de representação o Simão Jatene.
Sobre a Divisão do Pará, creio que os que defendem que ele continue unido têm mais certeza do que estão falando. É, por enquanto, sobre esse assunto, tô que nem a Dilma durante a campanha de 2010, eu apenas “acho”!
Sobre as eleições 2012, apenas adianto que minha participação política deverá se dar apenas em âmbito majoritário. Edmílson Rodrigues e Jorge Panzera são os pré-candidatos da esquerda que me agradam à priori.
Sobre Educação, além da discussão do PISO NACIONAL, merece referência a campanha pelo 10% do PIB na Educação. Só por curiosidade, antes de discutir sua importância, sua necessidade e nossa luta por essa bandeira, podemos nos indagar como começou essa campanha, na UNE ou na fala de Amanda Gurgel no Domingão do Faustão?
Sobre Matemática, tô devendo postagens na “Área do Aluno” do blog. Vou trabalhar nisso.
E sobre o Orlando Silva...? Bom, caros leitores, não vou postar aqui para fazer uma análise sobre as denúncias, calúnias, provas ou comprovações quaisquer, tampouco para dizer #SouOrlandoSouBrasil ou #OrlandoToContigo. Para ver os pontos de vistas sobre esse assunto acessem o site da VEJA, do VERMELHO, da FOLHA e o BLOG do MIRO. Quando comecei a escrever este texto o Orlando ainda era Ministro, agora não mais.
Sobre essa celeuma, quero apenas fazer uma crítica reflexiva a respeito de um ponto: A revista Veja diz que o PM João Dias é um militante do Partido Comunista do Brasil. O PCdoB diz que ele não é militante do partido, nem sequer filiado, que é um caluniador, e que ele sim, fez mal uso do dinheiro público e deve milhões para a União. O PCdoB entende que João Dias pelas mãos do PIG está causando isso tudo, e admite: ele apenas se filiou para ser candidato em 2006 a deputado distrital, e logo em seguida saiu do partido.
A reflexão que faço é: só é possível a entrada de pessoas dessa índole no PCdoB, como o PM João Dias, em virtude dessa abertura política que o partido vive atualmente. No Brasil todo, inclusive no Pará, existem pessoas que ingressam no Partido Comunista do Brasil, apenas para pleitear uma vaga no parlamento, e aí, caros camaradas, não se pode garantir que todos sejam honestos e de boa índole. Cada um que ingressa com interesses pessoais e eleitoreiros, vêm com seus ideais e com a força particular de sua carne.
Um grande abraço e excelente semana a todos!
Prof. Nairo Bentes

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Com demora, mas em reflexão ao dia 15 de outubro...



Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.

Tomando a palavra, disse-lhes:
- “Em verdade, em verdade vos digo: Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles…”
Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
- É pra copiar no caderno?
Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?
João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?
Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?
Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.
Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!
Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos?
Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da Provinha Brasil, da Prova Brasil e demais testes e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor efetivo…
Jesus deu um suspiro profundo, pensou em ir à sinagoga e pedir aposentadoria proporcional aos trinta e três anos. Mas, tendo em vista o fator previdenciário e a regra dos 95, desistiu. Pensou em pegar um empréstimo consignado com Zaqueu, voltar pra Nazaré e montar uma padaria…
Mas olhou de novo a multidão. Eram como ovelhas sem pastor… Seu coração de educador se enterneceu e Ele continuou…

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Quem, melhor que os oprimidos?

“Quem, melhor que os oprimidos, se encontrará preparado para entender o significado terrível de uma sociedade opressora? Quem sentirá, melhor que eles, os efeitos da opressão? Quem, mais que eles, para ir compreendendo a necessidade da libertação?

Libertação que não chegará pelo acaso, mas pela práxis de sua busca, pelo conhecimento e reconhecimento da necessidade de lutar por ela.

Luta que, pela finalidade que lhe derem os oprimidos, será um ato de amor, com o qual se oporão ao desamor contido na violência dos opressores, até mesmo quando revestida da falsa generosidade”.

(Paulo Freire)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Isso aqui é Rock'n'roll!!!

Como diz na própria capa do Blog: Aqui tem Educação, Política, Samba e Rock'n'roll!

E isso aqui é Rock'n'roll!!!
Alguém discorda?
Um grande abraço e um bom fim de semana aos leitores do blog!!
Nairo Bentes

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A Defesa e os Sonhos!

Boa tarde caros leitores!!!!

Daqui a pouco, as 17h, será a minha defesa de Dissertação de Mestrado, como vocês observaram na postagem anterior! ;)

Só vim aqui, rápido, pra contar duas histórias pra vocês. Dois sonhos. Aconteceram de um mês pra cá. Sonhei com o dia da minha defesa.

No primeiro, sonhei que após a defesa, meu orientador e meu ex-orientador tinham uma conversa amistosa sobre meu trabalho. O atual dizia pro ex:
- Estás vendo, o trabalho do rapaz foi muito bom! E tu não quizeste acompanhar até o final. Perdeste!
O outro dizia:
- É, foi muito bom mesmo, mas eu achei que ele iria se desenvolver melhor contigo orientando. Ele é muito bom mesmo!
No outro sonho, uns dez dias atrás, sonhei com o momento imediato após minha apresentação, as considerações da banca.

A professora do próprio Instituto de Educação, após eu terminar a minha explanação, começou suas considerações sobre o trabalho afirmando:
- Nairo, eu não tenho mais nada a dizer sobre o seu trabalho, além de dizer que ele está Excelente!!!
No sonho, quando eu ouvi isso, fiquei pensando:
- É verdade professora! =D
Respeite a autoconfiança do rapaz nestes sonhos né galera?! hehehehe
Um grande abraço!
Espero todos!!!

Nairo Bentes

sábado, 6 de agosto de 2011

Todos os leitores e amigos convidados!!!

CONVITE


DEFESA DE DISSERTAÇÃO 


Mestrando: NAIRO BENTES DE MELO

Orientador: Profº. Dr. Genylton Odilon Rêgo da Rocha

Título da Dissertação:
“RESERVA DE VAGAS NO ENSINO SUPERIOR: O PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DE COTAS NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ”

Data: 08/08/2011
Hora: 17h
Local: Sala de Defesa do Instituto de Ciências da Educação - UFPA
  
Banca:
Profº. Dr. Genylton Odilon Rêgo da Rocha              (Presidente - ICED/UFPA)
Profº.Dr. Cesar Augusto Castro                                (Examinador – UFMA)
Prof.ª Dr.ª Josenilda Maria Maués da Silva             (Examinadora –ICED/UFPA)
Profª.Drª. Maria Antônia Cardoso Nascimento       (Examinadora - UFPA)

domingo, 24 de julho de 2011

"Que a vida como conhecemos seja apenas, no futuro, a letra de um samba triste"

Mais um texto do meu amigo Felipov. Retirado do Blog eu-lírico da tabacaria.

Um bom domingo.

Nairo Bentes



A vida vem se definindo. Ao meu redor, vejo a vida se definindo. Encaminhando-se. Vejo a vida se concretizar. A vida se movimentando. De tal modo, que, em alguma medida, isso me assusta. Pois, apenas, observo. E nada faço. Nada mais interventivo e efetivo. Tenho pensando muito esses tempos sobre questões da existência. E não sei o que fazer. Essa desorientação me atordoa. E a vida vai se definindo. E eu parado. Inerte e inútil. Saio nas ruas e sinto o pulsar dos transeuntes, dos carros, do barulho, do calor. O suor que escorre no meu rosto. O sol queimando. A sede. O arrependimento de ter saido de casa. As pessoas que esbarram e não pedem desculpa. Nem por favor e obrigado. É muito embrutecimento. As ruas fedem a medo e alegria. Ando com receio de ser assaltado e perder a vida. Vejo as pessoas lerem jornais nas páginas policiais. Não interessa a política econômica do governo e os seus reflexos no feijão de todo dia. A inflação. O aumento dos impostos. A violência é mais importante. Quantos morreram, facada, sangue. Bandido bom é bandido morto. É um espetáculo de carnificina, escrita e televisionada. A morte é audiência do dia. O dinheiro me falta. E eu, infelizmente, preciso dele. O aluguel atrasado, contas por pagar.  Ou pensas que para eu estar aqui pensando e reclamando é barato. É caro. E degrada o ambiente. Tudo é degradante, ofensivo e pernicioso. A politica é risível de tão escandalosamente absurda. Com os rendimentos de um deputado,  tiraríamos muitas crianças da miséria. Com o dinheiro da corrupção, aposentados, professores e todos aqueles que vivem de salário conseguiriam ter uma vida digna. Dignidade tornou-se algo de classe, apenas destinada aos abastados e bem nascidos. A justiça tornou-se uma mercadoria. A democracia agora é plutocrática. A cidadania é a obrigação de comparecer nas urnas, votar nos próximos usurpadores. A descrença me invade. Por conta da razão. O intelecto me faz pessimista. No entanto, tenho uma esperança. A esperança equilibrista de que o extraordinário torne-se cotidiano. Que a vida se defina pela fraternidade, liberdade e igualdade - reais, amplas e irrestritas, e não, abstratas e formais como fora na Revolução Francesa. Que a vida como conhecemos seja apenas, no futuro, a letra de um samba triste, que passou e não deixou saudade. Que passou. Que passará. Que se definirá. Vida futura nos te definiremos mais humana e plena.

(Felipov)

sábado, 23 de julho de 2011

De cinco anos pra cá, o que mudou?

Por Nairo Bentes

E então Professor, o que mudou nesses cinco anos desse post? A Revolução aconteceu? E os atores mudaram? Ou estás esperando que "Se Deus quiser, a educação neste país vai..." (C.S.)
Na última quarta-feira publiquei um texto no blog que foi escrito em 2006. Eu nem esperava, mas a principal reação de alguns leitores foi indagar se de lá pra cá alguma coisa mudou, ou melhor, o que mudou de lá pra cá, já que com certeza alguma coisa mudou.
O comentário em destaque acima, feito pelo meu amigo Carlos Sacramenta, apenas representa o que vários outros leitores perguntaram pelo msn. Importante frisar logo de início, que o texto – no qual simulo um diálogo com Deus – foi escrito em um momento de tomada de consciência. Ora,
Será necessária uma grande perspicácia para compreender que as ideias, os conceitos e as noções dos homens – numa palavra, sua consciência – se modificam com toda modificação sobrevinda em suas condições de vida, em suas relações sociais, em sua existência social? (MARX & ENGELS, 2009, p. 79)
Como pensa Marx, a tomada de consciência do homem pode libertá-lo da passividade, possibilitando uma ação revolucionária capaz de transformar a sociedade. (OLIVEIRA & FEREIRA, 2011). Eu, realmente, fui militante estudantil e participei de congresso da UNE desde 2003. Mas afirmo que somente em 2006 tomei consciência do meu papel e minha posição nas relações de classe.
O texto mostra também, sutilmente, uma ruptura com o dogmatismo religioso. Quando mostra que a partir daquele momento Deus se ausenta e não dá soluções para os problemas enfrentados e para as diferenças existentes entre as escolas das mulheres de branco (Privadas), as escolas públicas, e as Escolas azuis (Universidades). Como disseram Marx & Engels (2009), a religião é um dos tantos convencionalismos, atrás dos quais se escondem outros tantos interesses burgueses. Isso já responde uma das indagações.
Refletindo agora às outras indagações dos leitores, o que mudou sobre as afirmações que o texto traz?
Realmente o sistema escolar é viciante, existem cânceres como o exemplo que dei, onde os professores fingem que ensinam, os alunos fingem que aprendem, e os professores fingem que acreditam. De lá pra cá, a revolução não aconteceu. Eu, sinceramente, não meço esforços para que a cada dia alunos e professores tomem consciência de que nós cumprimos um papel importante, capaz de mudar esse vício, de curar esse câncer.
De lá pra cá o que mudou? Acho que na época estava tão espantado e revoltado de como funcionava o sistema, que chegava a colocar a culpa integral nos meus colegas professores, como se eu não fizesse parte disso. O que mudou foi que agora enxergo os outros vários fatores que devem ser combatidos para acabar com esse vício, não só a tomada de consciência em si. Como por exemplo, a implantação de políticas públicas destinadas à educação, juventude e trabalhadores, nos seus mais diversos alcances: merenda escolar, valorização profissional, compreensão sobre o papel da escola, primeiro emprego, etc.

REFERÊNCIAS

MARX, K. ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. (Texto Integral). 2.ed. São Paulo: Editora Escala, 2009. (Coleção Grandes Obras do Pensamento Universal). Tradução de: Antônio Carlos Braga.

BENTES, N. Eu aprendo a fingir... Blog do Prof. Nairo Bentes, 2011. Disponível em: .

OLIVEIRA, F. B. FERREIRA H. S. C. A. Desigualdade Social. 2011. Acesso em: 23 de jul. de 2011. Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/58631/1/DESIGUALDADE-SOCIAL/pagina1.html>.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Voltando de cara nova.

Voltando às postagens meus leitores, vocês percebem que o blog está cheio de novidades. O que vocês acharam?
O texto que publico hoje, neste retorno, foi escrito em março de 2006, cinco anos atrás.
Façam seus comentários e sigam o blog.
Divulguem para seus amigos!
Um abraço!
Nairo Bentes.

Eu aprendo a fingir...
Escrito em 18 de março de 2006.
Pelo Prof. Nairo Bentes.

– Eu não sei o que eu vou fazer meu Deus!!

– Por quê? O que está acontecendo?

– Não sei, eu não tô me sentindo bem. Quem falou isso?

– Como quem falou? Tu falaste com quem rapaz?!

– Desculpa Deus. Não, é porque eu me meti numa enrascada. Tô fudido, Deus!

– O que foi que tu fizeste desta vez seu irresponsável? Um filho?

– Calma! Quer dizer, eu vou te contar.

– Conta logo, me deixa ver se posso te ajudar.

– Há alguns anos atrás, acho que uns seis anos, eu não sabia o que eu queria da vida, só queria saber de curtição, me sentir bem. Fui pra lugares muito bacanas, a vida era muito firme.

– Sim! Eaí?

– Aí, o tempo foi passando e eu saí do colégio, aquele lugar que tem umas mulheres todas cobertas de branco que são donas do colégio. E dizem elas, estarem mais perto do Senhor.

– Prossiga, meu filho...

– Eu entrei numa outra escola, lá era pra eu ter uma profissão, porque eu estava ficando velho. Então tinha que saber fazer alguma coisa pra ganhar dinheiro. Conheci umas pessoas legais, que futuramente teriam a mesma profissão que eu...
Fiquei quatro anos frequentando essa escola, lá não tinha mulheres de branco. A escola das mulheres de branco era muito boa, mas tinha que pagar, essa escola de pessoas apaisanas era boa e de graça, e era só pra “adultos”...

– Tu estás enrolando muito...

–Tá. Passei quatro anos lá, a profissão que eu ganhei foi a de Professor, ou Educador. Eu tinha que dar aula, fazer que nem as pessoas faziam pra mim nas escolas de freiras e na outra escola azul. Fui dar aula numa escola pública. Lá, apesar de ser uma escola pra crianças também, não tinham mulheres de branco, até então minha maior vontade com a minha nova profissão era dar aula na escola das mulheres de branco...

– Sim, e qual é o seu problema...?

– Lá nessa escola pública, apesar dos professores também terem passado quatro anos dentro de uma escola azul ou de outra cor, eles somente fingiam que ensinavam, e o pior, os alunos fingiam que aprendiam. Os professores mesmo percebendo que o aluno não aprendia nada, fingiam que acreditavam que o aluno aprendia... Me vi preso nisso, estavam todos acostumados com esse sistema, ou eu obedecia, ou eu corria, ou darei início à uma revolução.
É isso que eu ia te falar. A nossa escola é uma merda e todo mundo vê. A culpa é de quem não faz nada, e de quem não consegue mudar, ou não tenta mudar.
A culpa é dos trotskistas, dos leninistas, dos direitistas de todos que não fazem nada. A culpa é minha se eu não fizer nada, precisamos de uma revolução e não de uma reforma. Uma revolução sem fins capitalistas e sem mercenários da educação, e também sem pseudo-comunistas. Sem revolucionários de internet.
Inicío aqui, meu sentimento de necessidade de revolução....
Deus? você ainda ta aí????

– ...................(Deus tá pensando)...................


– fim –

terça-feira, 21 de junho de 2011

Enquete: Eleições 2012

Ano de 2011 chegando ao seu 2º semestre, começam as especulações sobre quem poderá ser candidato à Prefeito de Belém em 2012, o eleito terá a responsabilidade de preparar a cidade para a passagem de seus 400 anos. Alguns são candidatos certos, como Arnaldo Jordy do PPS e Priante do PMDB, na esquerda o principal candidato deve ser o Deputado Estadual Edmílson Rodrigues do PSOL, ainda temos como possíveis candidatos, Zenaldo Coutinho, atual Chefe da Casa Civil, e Cleber Rabelo do PSTU, o PT ainda parece indeciso sobre quem será seu candidato, mas ventilam-se os nomes do Prof. Alfredo Costa e do Dep. Estadual Ganzer, não se sabe ainda qual será o candidato que o atual Prefeito Duciomar apoiará, já ouvimos por aí o nome do empresário, representante da alta burguesia paraoara,  Fernando Yamada, e também do Dep. Estadual Lúcio Vale do PR.  Ainda há aqueles que acreditam que, a agora empresária do ramo de imóveis, Valéria Pires Franco, será candidata. Será que ela não tem medo do  Ficha Limpa? Enfim, em quem você votaria se os candidatos fossem estes? Vote na enquete ao lado.

Boa semana à todos.
Prof. Nairo Bentes

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Um pouco de Legião

Hoje, acessando o twitter, vi que "Eduardo e Mônica" estava entre os assuntos mais comentados do momento. Ao que vi, a Vivo empresa de celulares, lançou seu novo comercial, no qual faz uma homenagem pelo dia dos namorados, utilizando a música de Legião Urbana. Ficou muito bom, como comentaram alguns, deu até vontade que a música virasse um longa-metragem, assim como existe a lenda de que Faroeste Cabloco se tornará. Vale a pena conferir. 

Quem um dia irá dizer que existe razão
nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
que não existe razão?
(Blaise Pascal)

Um abraço a todos!
Nairo Bentes.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sobre o "Kit gay" e o PLC122/2006....

Um assunto que as pessoas que trabalham com educação devem se interar e formar uma opinião, é sobre o tal do Kit Gay e o Projeto de Lei da Câmara nº 122 de 2006.

Primeiro gostaria de falar do PLC122/2006. Quem quiser acessá-lo na integra visite o site do Senado. Para quem quiser um entendimento melhor do Projeto de Lei, é melhor não ficar buscando textos pela internet, em vez disso e, até melhor do que ler o próprio Projeto, é ler o parecer emitido pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal assinado pela Senadora Rosalva Ciarlini, para ler clique aqui. Senão prossiga, à vontade.

Este projeto, também chamado de lei anti-homofobia - o que é um erro, por que até hoje não conheço ninguém que tenha medo, mas sim discrimine, homossexuais - criminaliza a discriminação contra homosexuais da mesma maneira que outras formas de discriminação são criminalizadas. No mais, o PL altera artigos da lei nº 7.716 de 1989, não só no sentido de punir os que praticarem a discriminação contra homossexuais, mas também amplia teoricamente as punições para pessoas que praticaram crimes resultantes de preconceito de raça, cor, etnia, religião e procedência nacional.

Sinceramente acho que o PL é desnecessário, somente isso, mas não atinge, nem transgride nenhum preceito moral.

Agora! Sobre o kit gay é outra história! Sim, eu estou preparado para alguns de vocês, meus leitores, me chamarem de homofóbico mas, não, eu não tenho fobia a gays e, não, também não sou um cristão querendo pregar a palavra do senhor!

Pra quem não sabe, o Kit Gay, ou "kit escola sem homofobia" à quem preferir, está na eminência de ser distribuído nas escolas públicas de ensino fundamental e médio do País. O kit, a ser trabalhado com crianças e adolescentes, contém boletins, vídeos e outros materiais que tentam mostrar ser normal meninos se relacionarem com meninos e meninas com meninas, beijarem, se pegarem, treparem. Êpa! Na escola não se vê nem estudos sobre relação heteroafetiva ensinando meninos a tratar bem as meninas, ou meninas e meninos a não terem ciúmes demais. Mas agora vai ensinar a ser gay, se relacionar com todos e com todas.

Gostaria aqui, desde já, de dizer aos homossexuais que lêem este blog, quiçá meus amigos, que a minha intenção não é ofender ninguem, apenas expressar uma coisa que acredito que deva ser debatida. O vídeo e outros materiais em questão deve ser visto por professores e pais de alunos e ponto. Se trabalhados diretamente à estudantes é, de fato, um grande erro. Por fim, não sou evangélico nem católico. Aqui mostro um dos vídeos pra vocês.
A Presidente Dilma vetou a distribuição dos kits, fez isso a tempo, disse que os vídeos, na íntegra, não sintonizam-se com a intenção de combater o preconceito. A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas publicou uma Nota Oficial (Clique aqui) sobre o assunto, se declarando "totalmente a favor" da distribuição do material. O Secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, disse em pronunciamento oficial, de divulvação e apresentação do material, que eles passaram 3 meses - tempo de preparação do material - somente para decidir até onde chegava a língua em um beijo lésbico, de um dos vídeos do kit gay.

O principal mentor destas situações é Luiz Mott, joguem lá na internet e pesquisem sobre ele. Um trecho de uma fala sua vai abaixo.


"Estudos comprovam que ainda no útero o bebê já tem ereção e a teoria de Freud sobre a libido infantil hoje é aceita por todos... O princípio secularmente imposto pelo cristianismo de que o sexo só é permitido após a bênção nupcial, fere um direito humano fundamental, inclusive dos jovens e adolescentes: o direito ao exercício de sua sexualidade e respeito à sua livre orientação sexual. Direito inclusive que têm os jovens em escolher eventualmente um adulto como seu parceiro afetivo e sexual"...

Bom debate! Comentem na boa!
Um abraço e bom final de semana a todos os leitores deste espaço!
Prof. Nairo Bentes

P.S: Aos que concordarem, assinem a Petição Pública contra a distribuição do Kit Gay nas escolas públicas do país, já são mais de 34 mil assinaturas. Clique aqui!

domingo, 22 de maio de 2011

Tenho quase certeza!

Admiro a Professora Amanda Gurgel, até dediquei minha última postagem a ela, sabendo que era do PSTU. Nada contra! Mas tenho certeza, quase certeza, que se fosse qualquer outro partido da esquerda brasileira que fosse no Domingão do Faustão, os militantes do PSTU iriam acusá-lo de se render à Burguesia, e não fazer essa farofa pro povo ver a Rede Globo, como vocês vêem abaixo em post retirado do Blog Oficial do PSTU. No mais, acho que ela deve aproveitar a oportunidade e falar umas verdades em Horário tão assistido.

Um abraço!
Nairo Bentes

Blog Molotov: Domingão da Amanda:
"Depois de invadir YouTube, Twitter, Facebook, capas de jornais, telejornais locais e nacional, nossa companheira Amanda Gurgel participará neste domingo do Domingão do Faustão. É isso mesmo, você não leu errado não. Por mais surreal que pareça o PSTU estará no Domingão do Faustão representado pela professora Amanda. Então, neste domingo, ao invés de desligar a TV na hora do Domingão nosso chamado é para que você sintonize seu aparelho de TV na Rede Globo e assim possa prestigiar a defesa da educação pública na presença e nas palavras da professora Amanda Gurgel."

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Depoimento da professora Amanda Gurgel

O discurso é digno de aplausos até em vídeo, parabéns Amanda Gurgel, professora da rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte.

sábado, 7 de maio de 2011

Hey Tonight (Creedence Clearwater Revival - John Fogerty)

A primeira música do primeiro Show de John Fogerty na América Latina, Brasil, Rio de Janeiro (06.05.2011) Eu fui!!!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Entre a prosa e a poesia...

Meu amigo e camarada, quando li este Poema quase imediatamente pensei em tecer comentários e interpretações sobre ele. Mas depois pensei melhor, e preferi reproduzi-lo de maneira intacta neste espaço, para que todos tenham oportunidade de, com suas próprias imaginações, perceber em poesia o que inicialmente parece apenas uma prosa. 
Um abraço! 
Nairo Bentes

QUASE SEMPRE

Por Rafael Pacheco
Quase sempre pairam sensações das quais procuro há muitos,
Nem sempre me correm explosões imensuráveis que prefiro que se percam,
      Pareço muitas vezes dominante, espalhado pelo mundo, e dominado por aquilo que afeta o afeto, o comportamento, o minuto, o segundo, e me vem martelejar a mente que às vezes demonstra o cansaço de quem passou o dia na labuta,
Na batalha de si mesmo por um espaço ao nada, ou pra quem vive o onipresente do dia a dia refletido em dores, das quais temos que guardar nos bolsos, engolir, saborear e nos ver sendo o vômito que acaba por sair.
É bom ter nome, é por direito ser homem, é indiligência o que se vê, e indignoso tal viver, porém é inderrotável tal querer.
Poderíamos nos chamar lázaro? Há quantos lázaros entre nós?
Há poucos meios, mas muitos fins. Fins de vidas, meios que buscam a alucinação frenética por aquele prato, por uma sede infinita sem ter quase nada de água, porém muita água ardente pra se comemorar nos feriados, nas avenidas da vida, nas travessas botequins, nas ruas de samba, nas rodas de bambas.
E pra se lembrar na segunda-feira de cabeça inchada, de coração aberto, de câncer curado, de bem me quer e mal me quer aprimorados.
Tentamos quase sempre obstar a obsessão observada de nós mesmos, suicídio?
Quebrando paradigmas, carregando parafernálias e tentaremos “para” com o seu eu, ou “para” com o próximo fazer aquilo que chamamos de parir bondade.
Tem tanta coisa estranha nesse mundo de hoje, e tem tanto mundo de hoje nessas coisas estranhas, que chegam a me confundir e me questionar cada vez mais. Ah, mas eu adoro me questionar, só não acho legal quando falta energia, aliás, falta energia quase sempre aqui no bairro.
Na falta, falta muito, mas coragem nunca me faltou, quase sempre me falta uma inclinação e quase sempre o quase tudo é quase nada, assim o poeta diz, e assim fica por dizer.
Carrego-me com a vida, a família aguerrida e sem plano de saúde, sem nem mesmo educação, mas devoro a vida assim devagarzinho e que não me falte amor, e me deixem à capacidade de fazer mais.
Toca mais um samba aí, por favor!   

terça-feira, 26 de abril de 2011

"A gente muda o mundo na mudança da mente"




"Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve
Você pode e você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu
Num quer dizer que você tenha que sofrer
...
Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede diploma, num tenho diploma, num pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
...
Consigo emprego, começo o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego mas na hora que chego só fico no mesmo lugar
Brinquedo que o filho me pede num tenho dinheiro pra dar"

(Gabriel, O Pensador)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Parabéns Metal Art Studio

Domingo aconteceu a 1ª Ação  Social da Metal Art Studio no bairro do Guamá. Entre as atividades ocorreram oficina Graffiti para a juventude do Bairro, 200 cortes de cabelo para comunidade, e apresentação dos grupos de rap Revolução do Norte e Trilha do Canal, além de apresentação do DJ Vitor Pedra, aquele que toca lá no Açaí Biruta.

O objetivo da Ação Social foi mostrar para a sociedade um pouco da arte da Graffitagem e da cultura hip hop, como ações de resistência social e desmitificar a imagem de bairro marcado unicamente pela violência.

Parabéns para o meu amigo Sandro Metal.

Nairo Bentes.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Prosa & Poesia. Luta & Revolução.

Quando eu era mais novo, criança ainda, não sabia a diferença entre prosa e poesia. Na verdade, fiquei um bom tempo sem saber... Uma vez, na escola, uma professora disse que Poesias eram escritas em formas de versos, e Prosas em textos com margem determinada. Talvez ela não tenha dito exatamente isso. Mas essa informação que guardei. No mesmo instante um colega de sala falou o que entendia por Prosa. Ele disse:
"- Prosa é assim... Quando alguém chega contigo e fala: 'Vamos bater uma Prosa'. É conversar, bater um papo. Isso é prosa."
Anos depois falaram que poesia tem sentimento. Não necessariamente aqueles sentimentos de paixões ou amor. Poesia não é só isso. Poesia é quando tu lês um texto, mesmo em prosa, e nele sente emoção. Por exemplo, o pequeno texto que Manuela D'Ávila intitulou "Água mole em pedra...". Nele, conta a história de um Homem, que dedicara sua vida à luta. 
Um homem capaz de mudar tudo, tudo adequar para estar ali, sentado, orientando novos alunos e, portanto, novos professores. Alguém que cozinhava guizado com milho para servir aos que lotavam o apartamento tirando dúvidas nos finais de semana. Um homem que fez inimigos por não topar vender o conhecimento nem quando o salário pago, nos governos FHC, mal dava para tirar férias com os filhos. (Fonte: Blog da Manu)
Não sei qual o significado que Poesia tem no dicionário, nem prosa. Mas afirmo, que a prosa vira poesia quando consegue nos cativar com sua leitura.
Deste homem ouvi uma frase que me deixou reflexiva. Disse ter muita vontade de se aposentar, disse que está cansado, que as mudanças na universidade são lentas demais. Fiquei apreensiva. Será que de tanto bater na pedra, a água também desiste e pode ficar dura? Ou quantos mares precisam bater em pedras para que elas mudem de lugar?
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Assim espero. Mesmo que a minha velhinha de Taubaté tenha, provisoriamente, desistido, espero que os netos dela sigam vivos e fortes mudando a cara da universidade pública e a fazendo a cara de nosso povo, com todas as cores, com toda a diversidade
E contribuindo para o Brasil se desenvolver.(idem)
Só faltou ela concluir assim: "Não deixando o Samba morrer!". E assim como a Prosa vira Poesia, quando consegue emocionar, a Luta vira Revolução quando aquele que luta consegue fazer com que seu sentimento seja coletivo, ao mesmo tempo plural, por agregar tantas pessoas em volta desse ideal, e singular, por ser único.

Quando li essa pequena prosa de Manu, que para vocês talvez nem seja poesia, lembrei de uma música, que canta a revolução. Que canta a luta contínua do povo brasileiro. Que expressa que não acreditamos apenas em nós individualmente, e sim, em nós coletivamente.

Composição : Edson Conceição / Aloísio
Quando eu não puder
Pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas
Não puderem agüentar
Levar meu corpo
Junto com meu samba
O meu anel de bamba
Entrego a quem mereça usar

Eu vou ficar
No meio do povo, espiando
Minha escola
Perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final...

Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
O morro foi feito de samba
De Samba, pra gente sambar

E assim é o sentimento que Manu fala. À todos que lutam, ratifico: Não deixem o Samba morrer, não deixem a luta parar. E como disse o Camarada Che:
"O verdadeiro revolucionário é movido por grandes sentimentos de Amor!"
Um abraço!
Prof. Nairo Bentes